Em meio a crise, voltei a Portugal já empregado, e cheguei a pensar em arrumar um jazigo por lá em 1990- Início da "Já era a Era Collor"... Fiz bem... Mas depois o Collor levou pénabunda e voltamos...
Foi um período calmo... Na foto meu filho, minha filha e uma sobrinha, a Marcinha, que ainda é como se fosse também uma filha (as amizades de convivência são sempre eternas, salvo tropeços, ou vacilos). Foram de trem curtir um giro pela Europa com direito a Paris e Londres. Minha filha tinha 17 anos e meu filho 15.

Poderia dizer-se: epa... Tava podendo...
Mas não... Uma vez na Europa, ganhando em Euros (cheguei na época da troca de escudos para Euros), tudo ficava perto e barato usando trens... O trio se portou direitinho e nem gastaram a graninha extra que levaram pra um caso de imediata necessidade... Se fosse "pior" ainda havia o telefone...
No fundo a minha felicidade de viver a minha vida profissional era acrescentada por viver a vida de meus filhos.... Eu me imaginava no lugar deles.
Quando tinha 8 anos de idade, fui a Fornelos - minha terra natal-
- de férias , de carro, com minha prima Fernanda. ela veio antes, eu fiquei mais uns dias. Pra voltar, meu padrinho Faustino, amigo "irmão" de meu pai na juventude, me levou a Santa Marta de Penaguião, me deu as dicas, e pediu a duas velhinhas que me cuidassem na baldeação do Porto para Lisboa. Eu que tive de cuidar das velhinhas que ficaram mais perdidas que cego em tiroteio...
Foi pensando nisso que pensei: Se eu com 8 anos pude, porque meus filhos com o dobro de idade não poderiam ?
Precisamos dar liberdade a crianças para que se sintam responsáveis e aprendam a ter confiança na vida.
Filhotes... Amo vocês.
e deixo minha homenagem a um grande amigo João Manuel de Oliveira Neves, e a sua filha minha amiga, Maria Luisa Oliveira Neves.
Rui Rodrigues